9 de nov. de 2009


Vou falar aqui de um dos meus discos favoritos de todos os tempos: Frances the Mute do The Mars Volta.

Com letras baseadas num diário encontrado no porta-luvas do carro novo do gerenciador da banda e harmonias e melodias baseadas nas viagens de Omar Rodriguez-Lopez, esse álbum acaba se tornando impecável e uma baita opção pra quem gosta de rock, freejazz, música experimental e eteceteras.

O Mars Volta foi fundado pela dupla Omar Rodriguez-Lopez (guitarrista) e Cedric Bixler-Zavala (vocais), ambos ex-At the Drive-In, banda de El Paso/Texas de post-hardcore que ascendeu tremendamente nos '90s e acabou segmentada em TMV e Sparta, esta mantendo o que pôde da sonoridade da banda anterior. E o ATDI acabou justamente porque Omar e Cedric queriam que o disco seguinte da banda soasse mais próximo de Piper at the Gates of Dawn do Pink Floyd (aliás, excelente). Irromperam brigas e brigas que culminaram na cisão.

Há muitas discussões ainda hoje sobre ATDI ser muito melhor que TMV e que a banda nunca deveria ter acabado. Mas atualmente já corre um boatinho de que Cedric teria dito em entrevistas que não ligaria de tocar de novo com o ATDI. E os fãs já ficaram feito cachorro no pé de um dono que derruba comida no chão.

O trabalho do TMV não pode ser definido muito bem, cada álbum soa de uma maneira e trata de um assunto (em geral bizarro e com uma abordagem impensável). A sonoridade é realmente algo, senão revolucionário, ao menos incomum. Músicas caóticas com melodias anacrônicas, climas sombrios beirando o fantasmagórico e letras que demandam um certo saco para interpretar (em alguns casos, possivelmente mal-escritas. Ver De-Loused in the Comatorium).

A banda conta com, atualmente, seis músicos. Além da dupla Cedric e Omar, ainda há Isaiah Ikey Owens nos teclados (velho conhecido dos dois, tocavam numa banda de dub onde Omar era baixista e Cedric, baterista), Juan Alderete de la Peña no baixo, Marcel Rodriguez-Lopez (irmão caçula de Omar) na percussão e Thomas Pridgen na bateria. Saídos da banda, há ainda a turma do sopro, uns guitarristas, bateristas e galerinha que mexe nos barulhinhos adicionais.

Muito amigo de Flea e John Frusciante (Red Hot Chili Peppers), Omar ainda consegue que Frusciante toque em pelo menos uma faixa por álbum nas gravações e também conseguiu que Flea gravasse o baixo nas gravações do primeiro álbum e trompetes no segundo. Não tocaram muitas vezes ao vivo juntos, dadas as circunstâncias.

A banda passou por poucas mudanças e conta com cinco álbuns de estúdio, um de b-sides e um ao vivo (ao menos oficial, sem contar bootlegs). Os 'grandes fãs' da banda aguardam ansiosamente pelo álbum que terá a mesma sonoridade e clima do primeiro e pela saída do atual baterista.

E assim é o TMV. :)

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