9 de nov. de 2008

boas maneiras

Eu fico imaginando como seria a nossa linguagem escrita sem acentuação, pontuação, indicações de início de sentança, travessões para falas, aspas para citações ou parênteses.

Um dia a escrita já foi clara e livre de erros graves. Mas isso é praticamente passado. Hoje em dia, com o advento da internet, o que vale é escrever rápido: ganha quem passar mais informação em menos caracteres. Nem os telegramas, que eram pagos por palavra, eram tão feios quanto a linguagem internetal de hoje. Não há mais respeito pela escrita.

Já a língua falada não tem a necessidade de se pontuar nem a necessidade de ser corretamente falada. É claro que há casos especiais onde o locutor deve caprichar aqui ou ali na hora de se dirigir ao interlocutor, mas é sempre por questão de respeito, o que dá mais ou menos uns três porcento dos casos. Essa porcentagem já foi maior, hoje ela meramente se limita a tribunais e situações de mesmo valor (reunião com um chefe irado, visitas à diretoria da escola depois da aula).

Eu não consigo de fato apontar quando e onde a intimidade entre pessoas foi crescendo. Eu nem ao menos saio por aí falando com polidez, tratando mais velhos e superiores na segunda pessoa; quando eu percebi que as boas maneiras foram pro saco, já era tarde pra mim.

Quando meus e seus pais eram crianças, eles tinham que ficar em pé, andar, sentar, falar e escrever direito. Quando nós éramos crianças, só nos mandavam falar 'por favor', 'com licença' e 'obrigado'. Mas hoje em dia parece que os professores das escolinhas dizem 'haha! Vão! O mundo é de vocês! Todos são seus escravos, não devam nada a eles!' e badalam o sininho do fim da aula. O resultado eu encontro andando em supermercados ou lojas: crianças mal-educadas. Crianças que esbarram em você sem se desculpar, mandam você pegar algo para elas e vão embora em seguida sem dizer palavra. Cenas assim me irritam profundamente, uns meses atrás um garotinho trombou comigo numa loja e saiu correndo. Dei a volta no setor que estávamos e derrubei-o no chão com um encontrão, pedindo desculpas em voz alta depois.

O que os adultos de hoje entregam às crianças é o que eles só conseguiram só no fim do século passado: rapidez. Computador com internet, televisão, fast food. Na época deles era preciso ser educado com o atendente do banco para se pagar contas. O site de um banco não cobra boas maneiras do usuário. É como se essas boas maneiras fossem uma ferramenta obsoleta, uma caneta-tinteiro, uma borracha limpa-tipo, o baço.

E é isso. As boas maneiras e a boa escrita foram destruídas pela internet. Simples assim.

essa falta de respeito toda e como um texto sem acentos pontuacao etc etc etc e agressivo mas da pra encarar nao acham

5 de nov. de 2008

Alô, vocês

Alô, vocês! Eu sou o João Paulo. Eu escrevo. Prazer :D